Arquivos da Alma

Caros e queridos amigos e irmãos, que a paz do Cristo possa nos conduzir, neste instante, as reflexões elevadas nos indicam o caminho da verdadeira salvação. A busca da paz necessariamente nos leva ao autoconhecimento e o autoconhecimento é um desafio indispensável para o crescimento espiritual. Não espereis meus irmãos, chegarem situações tão extremas, como as hoje aqui narradas, para olhar para dentro de si mesmo. Não! Porque aquele que se desconhece, constantemente agride a si mesmo, a sociedade em que vive e maltrata os corações que os amam. Aquele que decide, com humildade, reconhecer os próprios defeitos, cresce em direção a Deus. Nosso Mestre, modelo maior de dignidade, nos ensinava sempre: o Reino de Deus está dentro de vós. Para alcançar este Reino, irmãos, é preciso primeiro superar as ilusões do ego, do orgulho, do apego e da vaidade. Superareis, quando aceitardes os vossos erros do passado e do presente, e vos entregardes com o coração pleno a tarefa da auto-iluminação por meio da caridade. A caridade é potencializada, quando o espírito possui o autoconhecimento, porque sabe entender o outro, sabe perdoar o outro, porque já treinou o autoperdão. A técnica, portanto, de autoconhecimento através da escrita ou através da rememoração do passado é licita e é lúcida do ponto de vista do cristianismo e da codificação espírita. Afirmamos ainda uma vez: é necessário que conheçais todas as coisas para servir ao Mestre, com pleno conhecimento dos objetivos mais elevados. O espírito que nega a si mesmo, torna-se cego para as coisas espirituais. O espírito que nega os próprios sentimentos, torna-se deficiente em relação a sua capacidade de entender ao próximo. Por que o Cristo nos ama profundamente? Porque é capaz de amar-se, sem limite. Por que o Cristo perdoou a todos? Porque perdoou-se em um passado muito distante. Por que o Cristo foi capaz de estender a misericórdia sobre os seus mais terríveis algozes? Porque purificou o seu coração e sente o amor de Deus a cada instante. O Reino está dentro de vós, não temais, buscai abnegadamente reconhecer as vossas limitações, sem drama, que também é fuga, mas com a disposição corajosa de perdoar-se e amar-se e, como movimento consequente, perdoar e amar a todos. São os votos de vosso amigo, muita paz.